Eu acompanhei vários webinários organizados pela The Content Marketing Association nessa temporada de distanciamento social. São maravilhosos, gratuitos e eu recomendo muito. Em um deles, sobre criatividade, o aprender sugeriu um livro, que fui logo baixando no Kindle e me deu vários estalos. Então resolvi trazer a resenha de The War of Art, de Steven Pressfild para o blog.
Em primeiro lugar, achei curiosa a recomendação de um livro sobre criatividade no nível do que é demandado para se fazer arte para produtores de conteúdo. Na leitura, fui sacando que tem absolutamente tudo a ver mesmo que o resultado final do nosso processo não sejam verdadeiras obras de arte o tempo todo. Tem prazo, tem pressão, tem a angústia de encarar o documento em branco, tem a opinião subjetiva dos clientes que pode mandar horas de trabalho para o espaço, mas quem disse que o artista não enfrenta monstros parecidos de outras formas?
O subtítulo do livro já nos dá uma introdução do que vem pela frente “Break through the block and win your inner creative battles” (“quebre seus bloqueios e vença suas batalhas internas de criatividade”). O tapa na cara que a gente confirma linha a linha da publicação é que nós mesmos somos os grandes responsáveis pelos nossos próprios bloqueios criativos.
Pressfild é escritor e roteirista, então, muito do que ele fala sobre arte, embora possa ser aplicável a qualquer manifestação artística, está ligado à escrita, atividade a qual nos dedicamos à exaustão em produção de conteúdo. Tem um trecho fantástico que diz mais ou menos assim: “tem um segredo que escritores de verdade sabem e os amadores não, e o segredo é esse: a parte de escrever não é a mais difícil. Difícil é sentar para escrever e o que nos impede de sentar é a resistência”.
Bom, eu tive aqui na Cabrun! colaboradores que de um jeito ou de outro me sinalizaram que não eram criativas, que não sabiam ser criativas. Não preciso nem dizer que não duraram na equipe. O que elas tinham em comum? Eram pessoas que acreditavam que a criatividade seria resultado de momentos de inspiração dos quais elas se consideravam distantes. Pressfild colocou em palavras algo que eu sentia, mas não sabia explicar: não tem nada melhor do que aquele momento em que a inspiração toca o talento, mas se o talento não está em estado alerta e lapidado nada acontece. Não tem nada melhor para lapidar do talento do que estar no jogo, conscientemente, efetivamente, sentar, trabalhar, se submeter, errar e acertar.
Vale muito encarar essa leitura em que o autor muito cirurgicamente nos mostra que a resistência, a força mais tóxica do universo, se manifesta em nossas vidas das formas mais diversas, nos desviando de sentar e fazer o que tem ser feito sem delongas.
É bom para entendermos de uma vez que a arte, o talento e a criatividade são resultados muito mais do esforço e empenho do que da inspiração súbita. Só quando nos comportamos como profissionais e colocamos nosso talento dentro das perspectivas do que se espera de um profissional, conseguimos combater a autossabotagem.
Quem produz conteúdo vive situação parecida: muita ralação e momentos de inspiração que fazem a mágica acontecer. Mesmo se a inspiração não der as caras a todo o momento, o que é normal também, lá estamos nós, a postos como profissionais, fazendo o correto e evocando a Musa.
Pressfild é um estudioso de antiguidade clássica. Na parte final do livro, em que ele fala como combater a resistência e fazer arte, ele diz que todos os dias, ao sentar para trabalhar, ele reza para a Musa, uma força divina, não coincidentemente um dos arquétipos que escolhi para a marca da Cabrun! junto com o provocador, o networker e o contador de histórias. Saiba mais sobre nosso trabalho com arquétipos de marca aqui.
A Musa é o arquétipo que sopra inspiração, vitalidade e otimismo nas pessoas para criar novos insights e formas. Precisamos disso todos os dias, mas de nada adianta se não tivermos uma postura profissional para isso. Desde que terminei a leitura para fazer essa resenha de The War of Art, eu também rezo para a Musa quando sento para trabalhar, mas mordo os calcanhares, o meu e o da equipe, colocando altos níveis de disciplina e cobrando qualidade. Pode parecer pragmatismo demais para quem acredita em forças divinas, mas o fato é que, sem isso, a mágica não acontece.
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