Há exatamente um ano, fiz um post falando dos legados da pandemia para a produção de conteúdos. Naquele momento, estávamos em um momento um tanto nebuloso ainda sem vacina. Agora, temos vacina, mas seguimos lidando com a herança desse período turbulento, sem superação completa da crise sanitária e com camadas de crise política e econômica sobrepostas, o que afeta, e muito, a dinâmica de comunicação das empresas.
Muito do que apontei em novembro de 2020 continua fazendo sentido, mas ainda tem uns pontos extras que eu acho que vale a pena adicionar. Dê uma olhada e veja se concorda:
Não que o cancelamento a pessoas ou marcas seja uma grande novidade, mas, pelas minhas observações, a pandemia deixou as pessoas não só mais conectadas, mas também mais intolerantes a deslizes, especialmente se eles tocam em temas sociais latentes. Nubank é uma marca cool, não? Baita marca empregadora e tal, mas bastou a sócia-fundadora Cristina Junqueira falar no Roda Viva que para trabalhar em banco é preciso qualificação e não dá para “nivelar por baixo” quando indagada sobre políticas de igualdade racial, como as promovidas pelo Magazine Luiza, que recentemente anunciou a abertura de vagas de trainee em um processo exclusivo para candidatos negros, para o caldo entornar para o lado da empresa.
O time de relações públicas foi rápido e eficiente, saiu nota humilde quase que imediatamente assumindo o erro da executiva e da empresa de um modo geral e se comprometendo com uma agenda de reparação histórica. Legal, mas também pergunto aos amigos assessores de imprensa: onde está o media training para essas figuras para conter hecatombes desse tipo?
Eu não tenho conta em nenhuma fintech, mas conto que depois dessa, se um dia pensar em ter, uma marca que seria uma escolha praticamente certeira (dado o investimento em mídia e comunicação bem estruturada, um fator que observo e considero, confesso), foi para o fim da fila. É o cancelamento do que ainda não vivemos…Para vocês terem noção de que agir para evitar o cancelamento desnecessário (porque alguns serão inevitáveis) é uma nova missão para as marcas e o novo desafio dos comunicadores.
Sim, estamos vivendo mais no mundo online do que nunca e consumindo mais conteúdo online do que jamais pudemos imaginar, mas vejo também que como estamos fazendo muita coisa por meio de telas, estamos ficamos mais seletivos ao que damos atenção quando podemos escolher. Vejo isso nas coisas que me chamaram muita atenção pela qualidade nesse ano, como o perfil @reliquia.rum, sobre o qual já comentei aqui, e o podcast Praia dos Ossos, da Rádio Novelo, que consumi praticamente em duas tardes de faxina.
Trata-se de uma série que conta a história do assassinato da socialite Ângela Diniz pelo namorado, o playboy Doca Street, em 1976. Recomendamos fortemente que escutem a série no site da Rádio Novelo ou nos principais agregadores de podcasts, e tire suas próprias conclusões. É um material primorosamente executado dos pontos de vista de estrutura de narrativa e técnico.
Eu também tive o episódio do perfil hackeado no Instagram e fiquei bem mais seletiva quando refiz meu perfil e fui escolher quem e o que seguir. Nunca fui de seguir artistas, mas seguia muitas marcas com donas que se comportam como blogueirinhas. Até entendo que faz parte de uma estratégia, mas como usuária isso estava cansando minha beleza. Foram limadas. Passei a seguir gente de muito conteúdo que está usando muito bem o Instagram e mostrando que a plataforma tem um potencial que vai muito além da perfeição das imagens e estética. Isso é um tema para post futuro aqui no blog.
Conteúdo é rei, mas se for slow, bem pensado, planejado e sintonizado com o momento que vivemos pode ser ainda mais interessante.
A padaria da esquina, o professor particular….parece que todo mundo descobriu as maravilhas e também as ciladas da Internet para os negócios. Parece não ter mais volta também. Com isso, veio a necessidade de bons conteúdos, narrativas e propostas bem claras, bem apresentadas e bem escritas.
O digital é um admirável mundo novo para muita gente. Outras descobriram que ainda há um potencial oculto aí. O fato é que monetizar com ele demanda trabalho e requer empenho e lapidações constantes.
Em abril, falei sobre a síndrome da escalabilidade dos negócios na Internet. Em fevereiro, apresentei cases sobre profissionais autônomos que estão apostando em conteúdos para movimentar seus negócios. Vale a pena dar uma conferida.
As pessoas andam ávidas por um pouco de descanso das telas. Entendo o podcast como um formato ótimo a ser explorado por marcas já que o conteúdo pode ser absorvido sem que necessariamente o usuário precise estar com a atenção totalmente voltada para ele. Perdi as contas de quantos podcasts ouvi cozinhando ou lavando roupa.
Vi muita gente falando nos últimos tempos que o Instagram está virando uma plataforma de vídeos e não de fotos e que o importante agora é saber fazer vídeo. Eu sempre convido os clientes a uma reflexão: esqueça o formato, o importante é a narrativa. Seja para escrever um e-mail marketing ou para editar um reels, gravar uma live, fazer um vídeo institucional. Enquanto não houver consistência no modelo de negócio e definições de comunicação para condução da narrativa, não importa o formato, suas mensagens estarão sempre truncadas.
Sei que insisto muito nesse ponto, mas ele é fundamental. A entrega orgânica nas redes sociais está cada dia mais difícil e as regras mudam a todo momento, deixando as marcas que usam esses espaços totalmente vulneráveis. Fora as instabilidades, né? No momento em que escrevo esse post, na tarde de 4 de outubro de 2021, os apps de grupo Facebook (WhatsApp, Instagram e o próprio Facebook) estão fora do ar.
Sugiro a todo cliente que use as redes sociais para aproveitar a circulação por lá, mas que tenham caminhos mais diretos de comunicação com clientes e prospects (mailing) e um espaço em que tenham mais controle de suas mensagens (site).
Por aqui, estamos ansiosos para as cenas dos próximos capítulos e nos preparando para atender às demandas que estão por vir.
Você apontaria outros legados da pandemia para a produção de conteúdos? Compartilhe conosco nos comentários.
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