5 equívocos sobre marketing de conteúdo que já foram superados

A Cabrun! completa 8 anos em novembro, mas faz pelo menos uns dez que me dedico bastante a estudar profundamente o marketing de conteúdo e todas as suas possibilidades, pois é isso o que oferecemos por aqui. Conto que nesse tempo todo, apenas nos últimos 4 anos houve uma aceleração da compreensão das empresas sobre o potencial que a inclusão dessas atividades no mix de comunicação representa. Antes disso, a jornada foi bastante árdua e eu passei quase tanto tempo esclarecendo equívocos sobre marketing de conteúdo quanto trabalhando efetivamente.

Creio que as possibilidades no ambiente digital trataram de acelerar esse processo. É preciso atrair e envolver esse cliente tão disputado com material relevante para ele mais do que fazê-lo engolir a comunicação vendedora centrada na sua empresa. Aliás, isso parece não funcionar bem em plataforma nenhuma mais, o que também ajuda o marketing de conteúdo a crescer em importância e relevância.

Fiz uma listinha aqui dos equívocos sobre marketing de conteúdo já superados ou ao menos em fase de superação.

Assessoria de imprensa

Acho que esse ponto já foi definitivamente superado. Uns anos atrás era muito comum que confundissem as propostas do marketing de conteúdo com as de assessoria de imprensa. Acredito que é porque muita agência de relações públicas começou a flertar com o conteúdo também. Aí lá íamos nós explicar a diferença de mídia paga, mídia ganha e mídia proprietária.

O marketing de conteúdo trabalha no campo das mídias proprietárias, ou seja, aquelas em que as empresas atuam como publishers e decidem tudo que será publicado. A ideia é envolver o cliente ou atrair o potencial cliente com assuntos de interesse deles. A assessoria de imprensa trabalha pela “mídia ganha”, conquistando espaços nas publicações da imprensa para seus clientes. Quanto mais disputados e qualificados esses espaços e mais circulação a publicação tiver entre clientes e potenciais clientes da marca, mais assertivo é o trabalho da assessoria de imprensa, que também tem outras atribuições, como construção de relacionamentos com os profissionais de imprensa e gestão de crises. Tem empresa que precisa de marketing de conteúdo e assessoria de imprensa e é bom que ambos trabalhem por uma comunicação assertiva, mas uma coisa é uma coisa e outra coisa é outra coisa, é bom ter essa clareza.

Publicidade

Aqui acontecia uma situação parecida com a confusão feita com assessoria de imprensa. De novo, era preciso recorrer às explicações sobre mídia paga, mídia ganha e mídia proprietária. A publicidade atua na mídia paga, na compra de espaços que devem ser claramente informados ao consumidor como espaços publicitários. Embora a publicidade esteja se transformando muito, ela ainda é caracterizada por uma mensagem mais centrada na empresa e uma linguagem mais vendedora. De novo, a empresa pode precisar de publicidade de marketing de conteúdo e são duas atividades diferentes, que não se anulam e podem se complementar.  

Conteúdo orgânico x Conteúdo pago

Digamos que esse ponto está sendo superado aos poucos, mas há uma compreensão bem melhor do que uns anos atrás. O digital trouxe essa questão: os conteúdos orgânicos (que não recebem verba de impulsionamento) têm desempenho diferente do conteúdo pago. Para alcançar mais gente, precisa de conteúdo pago, de investimento em performance nas redes sociais ou nos buscadores como o Google.

Para ter vida longa no ambiente digital, precisa de conteúdo orgânico primorosamente produzido. Para ampliar o alcance e chegar mais rapidamente a públicos em regiões específicas ou com características específicas, é impreciso investir. A maior parte das empresas precisa de uma estratégia que envolva ambos.

Resultados imediatos

Os clientes costumavam chegar querendo proposta de conteúdo que trouxessem resultados imediatos, tipo publicou o primeiro post, recebeu cinco novas ligações e abordagens de potenciais clientes. Seria lindo, mas não é assim que funciona e investir em conteúdo, via de regra, é apostar em uma estratégia de médio/longo prazo. Parece que esse conceito está melhor assomilado, mas ainda há os desavisados…

Baixo custo

Não existe almoço grátis em nada dessa vida e em conteúdo também é assim. Quer fazer um trabalho completinho só com gente competente envolvida? Reserve orçamento, pois vai ter custos. Pode até ser uma atividade mais em conta que publicidade, mas tem que remunerar produção, tem que remunerar gestão, tem que remunerar a inteligência envolvida para elaboração de uma estratégia eficiente. 

Agora que tudo está bem acelerado, pode ser que em breve teremos novos equívocos sobre marketing de conteúdo para colocar aqui na lista. Por aqui estamos torcendo pela rápida evolução e assimulação 🤞🏻! Quanto mais compreensão houver sobre escopo e potencial da nossa atividade, mais trabalhos incríveis poderão ser feitos.