
Fui pela primeira ao Content Summit, um evento organizado pela Media Education em São Paulo. Teve um workshop na sexta-feira, 24, e no sábado, 25, o dia inteiro foi de palestras. Só estive no sábado. Pontos altos aqui:
- Conteúdo não é para o diretor de marketing, é para o consumidor. Foi uma ótima colocação do Daniel Sollero, da Brainstorm #9. Ele ainda levantou a discussão sobre o excesso de posts (qualidade x quantidade) e necessidade de equilibrar produção de conteúdo proprietário com mídia paga.
- Não colocar todos os ovos em uma cesta só. Quem levantou essa questão foi a jornalista e pesquisadora Stefanie Silveira. As marcas precisam escolher bem e com critério, mas variar plataformas e formatos.
- Precisamos estar atentos a qualquer tendência em qualquer lugar. A Anna Parisi foi disparado a melhor palestrante do evento. Ela falou sobre a necessidade do produtor de conteúdo estar sempre antenado ao que acontece no mundo e compartilhou com a galera seus métodos para criar: análise (por que?), gênese (o quê?) e síntese (como?).
- Produtores de conteúdo no Brasil. A Dani Rodrigues apresentou uma pesquisa sobre o perfil dos produtores de conteúdo no Brasil. Logo ela vai disponibilizar no SlideShare e a gente compartilha aqui. Aí vão apenas alguns highlights: foram 304 questionários respondidos, a faixa etária que mais tem profissionais da área é de 26 a 32 anos, a população maior de produtores está no Sul e no Sudeste. Os formatos mais usados são redes sociais e blogs e as marcas mais admiradas por essa galera são Ponto Frio, Prefeitura de Curitiba, Oreo, Netflix e Coca-Cola. Assustaram um pouco os comentários que a Dani leu, mostrando o quanto há de preguiça no setor.
- Dicas jurídicas: foi muito boa a palestra da advogada Flávia de Barros Monteiro. Sabe aquela vontade de pegar uma foto pronta e usar sem dar nenhuma referência? Pois é, pode te trazer um baita problemão e é bom se informar.
- Longa vida ao “textão”: o Daniel Bovolento, do blog Entre Todas as Coisas, participou do penúltimo painel do evento e falou sobre os textos longos: ainda estão em alta e têm público.
Foi bacana participar, principalmente porque ainda temos poucos eventos voltados exclusivamente para conteúdos no Brasil. Por já ter me dado a oportunidade de ir a eventos de conteúdo fora, vejo que ainda estamos um pouco atrasados nas discussões, mas temos uma dinâmica diferente de mercado. Também tenho duas críticas construtivas a fazer: a primeira é que, é interessante que os organizadores levem agências que realmente lidam com baixo orçamento, o caso da maioria dos profissionais que estavam lá. Trabalhar para LG, Brilhante e Eletronic Arts não é exatamente o tirar leite de pedra que acontece nas agências todos os dias. Outra coisa que não curti muito foram as palestras que mais pareceram apresentações institucionais da Pulso e da Plano Feminino. Ambas têm trabalhos interessantes, mas o que fizeram foi apresentação institucional das respectivas empresas. Não é o que a audiência queria ver, certamente.