Eu não sei vocês acreditam em planetas retrógrados. Pelo que os astrólogos falam, entre maio e julho desse ano, muitos planetas importantes entraram em retrogração. Eu não sou uma aficionada, mas faço aquele tipo “no creo em brujas, pero que las hay hay”. Brincadeiras à parte, essa introdução foi apenas um paralelo interessante para um padrão coincidentemente (ou não…rs) recorrente aqui na agência nesse mesmo período. A grosso modo, de acordo com a astrologia, planetas retrógrados trazem uma dificuldade de iniciar novos projetos e um retorno de situações do passado. O que aconteceu aqui na Cabrun!, então? Prospects dos últimos anos que não levaram seus projetos de comunicação digital adiante, por motivos variados, brotaram na minha caixa de entrada e no meu WhatsApp.
A maior parte desses contatos retomados foi para um orçamento de novo projeto com escopo bastante reduzido em relação à proposta inicialmente apresentada em uma tentativa de se fazer minimamente mais relevante no ambiente digital em um momento inadiável. Uma pandemia chegou para mudar tudo e ficou claro (finalmente!) que é preciso fazer boa comunicação digital.
Não cabe aqui discutir por que uma ou outra marca deixou o projeto para trás quando ele foi originalmente apresentado. A verdade é que qualquer justificativa é legítima e faz parte do jogo. O curioso, no entanto, é que muitos não foram conduzidos por outros profissionais ou agências que tivessem uma proposta que aos olhos dos gestores desses negócios parecesse de melhor custo-benefício. A ideia de ter uma comunicação digital mais estruturada e ativa ficou simplesmente estagnada.
Mesmo antes da pandemia, eu sentia que muitas empresas, até mesmo grandes, tinham dificuldades em definir como prioridades na comunicação alguns pontos que já eram evidentes e elementares:
– Ter um site minimamente estruturado: claro, informativo, responsivo, ou seja, adaptável aos diversos formatos de tela e com textos otimizados para busca orgânica. Afinal, você quer ser encontrado, não?
– Ter um projeto bem pensado de redes sociais, com frequência, relevância, posts de qualidade e alinhados ao seu negócio com a finalidade de gerar tráfego para o site da empresa. Investir neles, se possível, já que o alcance orgânico é beemm limitado..
– Ter ao menos uma lista com dados completos de clientes, prospects e parceiros para ações de relacionamento, nem que seja enviar um e-mail de aniversário ou de fim de ano.
Olha que esse é o básico do básico mesmo. Não estamos falando em branding, em estratégias de desenvolvimento de autoridade, marketing de diferenciação, tom de voz, SEM, CRM, nada disso…estamos tratando do abecedário da comunicação de um negócio mesmo.
Veja bem, a bandeira da Cabrun! é o conteúdo, não somos essencialmente uma agência digital, não vendemos exclusivamente esse serviço, mas é óbvio que essa é uma parte importante do nosso trabalho. Eu costumo brincar com a minha equipe e dizer que algumas coisas que a gente não aprende no amor, a gente aprende na dor. Parece que isso anda acontecendo com alguns empreendedores e gestores de marcas nesse exato momento. A questão é que, agora, os caixas andam minguados de verdade e como para muitos o básico não está feito, é preciso focar nesses passos iniciais para não construir castelo de cartas. Os resultados, como esperado, não são imediatos e ainda será preciso acompanhar o compasso do consumidor, cada vez mais exigente e atento a todo e qualquer investimentos devido, também, à escassez dos próprios recursos.
Acho que essa inércia em relação à comunicação digital até que uma situação grandiosa se impõe e força uma mudança é parecida com a que falei em um artigo que fiz sobre home office. Precisou de uma pandemia devastadora para fazer as empresas olharem para assuntos que já eram iminentes: a flexibilização dos modelos de trabalho, custos x produtividade, a qualidade de vida do funcionário, especialmente nos grandes centros urbanos, onde se desperdiça muito tempo de vida em deslocamentos.
Se todas as evidências da necessidade de uma boa comunicação digital não eram percebidas e meses atrás era muito difícil compreender a urgência desse investimento, a vida se encarregou de desenhar e torná-la, inclusive, uma questão de sobrevivência para muitos. Não consigo imaginar uma situação mais calamitosa que essa que estamos vivendo, mas não gosto de desafiar o universo nesse sentido porque vocês já sabem: no creo en brujas…
O fato é que, agora, o consumidor abraçou rapidamente a transformação digital e vai avançar nela a galopes. De acordo com dados do Comitê de Métricas da Câmara Brasileira de Comércio Eletrônico (camara-e.net), em março de 2020, as vendas online registraram crescimento de 20,38% em relação a fevereiro. Comparando com março de 2019, o aumento foi de 42,31%. Para quem não é nem da astrologia e nem das brujas, aí estão os dados. E eles são bem pragmáticos.
O digital está em alta. O bom conteúdo também porque esse consumidor vai pesquisar, comparar, se informar antes de deixar lá o número do código de segurança do cartão. A concorrência, se esperta, vai se preparar para fisgá-los rapidamente. E aquele seu projeto de melhorar a comunicação digital? Até quando vai poder esperar?
Artigo publicado originalmente no LinkedIn Pulse da sócia e diretora criativa da Cabrun!, Ana Carolina Barbosa. Veja aqui
Vamos desenrolar sua história?
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